ISSB e a Nova Era da Auditoria Estratégica no Brasil: como CFOs podem transformar exigências regulatórias em vantagem competitiva
- Fernando Barros

- 12 de set.
- 5 min de leitura

Introdução
O mercado brasileiro vive um divisor de águas. A partir de 2026, companhias abertas estarão obrigadas a publicar relatórios de Auditoria Estratégica e ISSB (International Sustainability Standards Board), conforme a Resolução CVM 193. Esse movimento marca a entrada definitiva dos dados ESG (ambientais, sociais e de governança) no mesmo patamar dos dados financeiros, exigindo governança, controles e evidências auditáveis.
Mas o impacto vai além das companhias abertas. Bancos, fundos de investimento, cadeias de suprimento e parceiros estratégicos já estão exigindo consistência, repetibilidade e confiabilidade nos relatórios de empresas de todos os portes. Ou seja, mesmo startups e médias empresas sentirão a pressão para adequar seus processos.
Neste artigo, a FLB Auditores mostra como transformar essa exigência regulatória em ferramenta de crescimento estratégico: reduzindo riscos, destravando crédito, acelerando diligências e construindo reputação sólida no mercado.
1. Por que o ISSB importa agora
É comum ouvir gestores dizendo: “2026 ainda está longe, vamos pensar nisso no ano que vem”. Esse pensamento é perigoso. O ISSB exige ano comparativo: para reportar 2026, é preciso ter dados auditáveis já em 2025. Quem não começar agora, chega atrasado.
Além disso, a CVM lançou em 2025 o Plano de Ação em Finanças Sustentáveis, explicitando que haverá supervisão, fiscalização e capacitação obrigatória. A régua subiu. Não se trata mais de “tendência ESG”, mas de calendário regulatório com lupa sobre as empresas.
E os conselhos de administração já perceberam isso. Cada vez mais, conselheiros cobram evidências concretas, metodologias claras e coerência entre narrativa e capacidade operacional.
2. O que mudou para CFOs e controllers
Antes: relatórios de sustentabilidade eram, em muitos casos, peças de marketing. Havia espaço para métricas incompletas, metodologias flexíveis e dados de difícil verificação.Agora: o mercado exige a mesma robustez do balanço contábil: dados rastreáveis, metodologias definidas, evidências arquivadas e trilhas de auditoria claras.
Isso significa que CFOs e controllers precisam reorganizar suas rotinas para incluir:
Materialidade objetiva: priorizar 6–12 tópicos que realmente impactam caixa, risco e stakeholders.
Dicionário de dados ESG: cada métrica precisa de definição, fonte, owner, periodicidade, método e limites.
POCs (pontos de controle): etapas críticas com evidência obrigatória, logs e periodicidade definida.
Due diligence de terceiros: fornecedores que coletam ou processam dados precisam de contratos com cláusulas de auditoria e continuidade.
Ensaios de asseguração: simulações de auditoria independente para validar dados antes da publicação oficial.
3. O papel da Auditoria Interna
A Auditoria Interna se torna o elo entre risco, operação, dados e reporte. Ela deixa de ser vista apenas como “função de conformidade” e passa a atuar como geradora de insights e confiança.
As prioridades de auditoria interna para 2025, segundo o IIA (Institute of Internal Auditors), incluem:
Cibersegurança e integridade de dados;
Governança de informações de sustentabilidade;
Gestão de terceiros e continuidade operacional.
Sem dados íntegros e rastreáveis, não existe relato confiável. Por isso, o mapa de riscos de auditoria precisa incluir TI, governança de dados e processos ESG.
4. Os riscos de não se preparar
Ignorar a preparação para o ISSB traz riscos sérios:
Custo de capital mais alto: bancos precificam risco na taxa de juros; falta de evidência aumenta esse custo.
Reputação prejudicada: relatos inconsistentes ou não auditáveis viram munição contra a empresa.
Perda de mercado: cadeias de suprimento globais já excluem fornecedores que não atendem critérios ESG auditáveis.
Risco regulatório: a CVM sinalizou fiscalização e pode aplicar penalidades em caso de não conformidade.
5. Como se preparar em 120 dias: playbook prático
Dias 0–30: inventário e materialidade
Levantamento de todas as métricas atuais.
Definição de tópicos materiais com base em impacto financeiro e reputacional.
Nomeação de owners para cada métrica.
Dias 31–60: governança de dados
Criação do dicionário de dados ESG.
Implantação de pontos de controle (POCs) com logs e evidências.
Revisão de contratos com terceiros para incluir cláusulas de auditoria.
Dias 61–90: testes e simulação
Rodada de ensaio de asseguração com amostragem de dados.
Identificação de falhas de desenho e aderência.
Correção imediata de processos críticos.
Dias 91–120: governança e conselho
Instituição de ritos mensais de acompanhamento.
Relatório executivo ao conselho com principais riscos, exceções e planos de correção.
Preparação de narrativa coerente entre finanças e sustentabilidade.
6. Os cinco erros mais comuns (e como evitá-los)
Tratar ISSB como marketing → Solução: materialidade clara, métricas auditáveis.
Usar planilhas isoladas → Solução: catálogo de dados com versionamento e logs.
Ignorar fornecedores críticos → Solução: due diligence com cláusulas de auditoria.
Não ter canal de denúncia robusto → Solução: hotline independente, confidencial e com SLA.
Desconectar finanças e sustentabilidade → Solução: conciliação metodológica e governança integrada.
7. O que a FLB Auditores entrega
A FLB Auditores atua em três fases para preparar empresas e CFOs para o ISSB:
Diagnóstico de Controles e Dados (4 semanas): levantamento de gaps e plano 30/60/90.
Implementação assistida (6–8 semanas): criação de dicionário, POCs, logs e contratos de terceiros.
Ensaios de asseguração (4 semanas): simulações, correções e preparação para auditoria independente.
Resultado prático: relato sem surpresas, diligências mais curtas e custo de capital reduzido.
8. FAQs, perguntas frequentes (para snippet do Google)
Quando o ISSB passa a ser obrigatório no Brasil?Para companhias abertas, nos exercícios iniciados em 1.º de janeiro de 2026, conforme a Resolução CVM 193.
O que preciso organizar primeiro?Materialidade, dicionário de dados, pontos de controle com evidências, contratos de terceiros e simulação de asseguração.
Auditoria interna é obrigatória para ISSB?Não é exigida formalmente, mas é a prática recomendada pelo IIA para garantir integridade e confiança nos relatos. Observação final (coerência regulatória)
Obrigatoriedade 2026 (companhias abertas) — Resolução CVM 193. Serviços e Informações do Brasil
Plano de Ação 2025–2026 (CVM) — prioridades de supervisão, tecnologia e capacitação. Serviços e Informações do Brasil
Papel do CBPS — pronunciamentos e orientações técnicas no Brasil. FACPCS
Riscos prioritários (IIA) — cibersegurança/dados no topo; conecta diretamente à prontidão ISSB. Instituto dos Auditores Internos
Fraude (~5% da receita, média global) — reforça canal de denúncias e controles; risco transversal ao tema de governança. ACFE
Conclusão
2026 não é o futuro distante, é o próximo fechamento. O ISSB traz exigências técnicas, mas também abre oportunidades estratégicas: reduzir risco percebido, conquistar crédito com taxas melhores e ganhar espaço em cadeias globais.
Se você é CFO, controller, founder ou conselheiro, o momento de agir é agora. A FLB Auditores está pronta para ajudar a organizar dados, implementar controles e preparar a asseguração que dará confiança às suas decisões.
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