Auditoria Contábil 2025/26: como CFOs, C-Level, Conselhos e Investidores transformam compliance em vantagem competitiva
- Fernando Barros

- 14 de out.
- 5 min de leitura

Por que a auditoria contábil deixou de ser “sazonal” e virou motor de valor
A auditoria migrou do ciclo anual de opinião sobre demonstrações para um regime contínuo de geração de confiança, governança de dados e previsibilidade de caixa. Três forças tornaram esse movimento irreversível: (i) a asseguração de sustentabilidade com padrão global e cronograma real de adoção; (ii) a adoção brasileira do ISSB (S1/S2), que puxa dados climáticos e de sustentabilidade para dentro do fechamento; e (iii) a Reforma Tributária com CBS/IBS e split payment, que redesenha margens, precificação e fluxo de caixa fiscal. Esses vetores mudam escopos, prazos, dossiês de evidência e conversas com investidores já em 2025/26. IAASB+2IFRS Foundation+2
ISSA 5000: a “IFRS da sustentabilidade” e por que ela importa ao financeiro
A ISSA 5000 (International Standard on Sustainability Assurance) cria requisitos gerais para qualquer asseguração de sustentabilidade, de limitada a razoável, com foco em evidências, controles e independência. A efetividade global está associada a períodos que começam em 15 de dezembro de 2026, e diversos países já sinalizam suas adoções locais, enquanto o Brasil segue em andamento regulatório. Na prática, o nível de rigor do não financeiro se aproxima do que o CFO já vive no financeiro, exigindo calendário integrado e trilhas de auditoria para métricas ESG. Viewpoint+1
O que muda no dia a dia: materialidade revisitada, escolha de nível de asseguração por indicador, governança de dados de escopos de emissões, capital humano e cadeia de suprimentos, além de dossiês de evidência reprodutíveis sob testes independentes.
S1/S2 no Brasil: de voluntário (2024/2025) a obrigatório em 2026, o “checklist” do CFO
O Brasil estruturou a adoção das IFRS S1/S2 (ISSB), permitindo aplicação voluntária em 2024–2025 e estabelecendo obrigatoriedade a partir de 1º de janeiro de 2026 para entidades de interesse público e reguladas, conforme resoluções CVM/CMN/BCB e traduções CBPS 01/02. Isso leva riscos e oportunidades climáticas para o mapa de riscos corporativos, força alinhamento entre fechamento e narrativas de sustentabilidade, e cria demanda por conselheiros e comitês com competência técnica. IFRS Foundation+2IFRS Foundation+2
Pontos críticos para 2025/26: integrar S1/S2 ao fechamento; definir papéis entre RI, Riscos e Controladoria; consolidar dados de fornecedores; e preparar Q&A com investidores sobre métricas, metas e governança, com asseguração sincronizada ao calendário financeiro.
Reforma Tributária (CBS/IBS) e split payment: a auditoria que “pega na margem”
A transição para CBS/IBS inaugura um Dual VAT que substitui tributos atuais e conviverá com regras antigas até 2033. O split payment (“Pix dos impostos”) tende a automatizar a arrecadação, com regras em amadurecimento, afetando diretamente precificação, contratos, compliance e working capital. A auditoria precisa validar simulações de margem, políticas de crédito fiscal, conciliações ERP-fiscal e cláusulas contratuais de repasse/ajuste tributário. vatcalc.com+1
O que não dá para postergar: repricing por BU/linha, matrizes de elasticidade, provisionamento de efeitos transitórios e dashboards de KPIs tributários no Comitê de Auditoria. Para investidores, o sinal é claro: quem domina dados e processos nessa transição protege margem e reduz volatilidade de caixa. Reuters
Fraude e Continuidade (ISA 240 & 570 revisadas): mais ceticismo, mais transparência
A ISA 240 (Fraude) e a ISA 570 (Continuidade) revisadas entram em vigor para períodos iniciados em 15 de dezembro de 2026. A ênfase está em ceticismo profissional, avaliação de riscos com “lente de fraude”, documentação robusta de julgamentos críticos (receita, estimativas, impairment) e comunicação mais granular com o Comitê de Auditoria. CFOs que antecipam esse padrão ganham tempo de campo e reduzem retrabalho. IAASB+1
Impasse comum: narrativas otimistas de continuidade sem trilha de evidência (funding, covenants, cenários). A auditoria exigirá dossiês coerentes com as divulgações ao mercado e com os testes de estresse internos.
IA e analytics na auditoria: qualidade depende de governança de modelos
Órgãos como o PCAOB vêm propondo princípios e recomendações para o uso de IA e analytics em auditoria, privilegiando governança, explicabilidade, trilhas de evidência e controle de mudanças. A mensagem para companhias e firmes é simples: qualidade do insight só conta quando é auditável. Para o Board, isso significa inventário de modelos, proprietários claros, políticas de dados (incluindo vieses) e documentação de inputs/outputs. Default+2Default+2
O roteiro de 90 dias para alinhar auditoria, ESG e tributos sem travar o fechamento
Dias 0–15 (Diagnóstico executável): gap ISSA 5000/S1/S2, mapa de dados críticos e responsáveis, simulações CBS/IBS por produto/segmento, inventário de modelos e analytics, heatmap de fraude/going concern e priorização por impacto em margem, caixa e disclosure. IAASB+1
Dias 16–45 (Design + calendário integrado): milestones de evidência no cronograma de fechamento, playbooks de asseguração ESG, políticas de crédito fiscal e split payment, cláusulas contratuais de reajuste tributário, pauta trimestral do Comitê com KPIs e thresholds de decisão. KPMG
Dias 46–90 (Ensaios + comunicação): “passeio pelo dado” com time de asseguração, stress test de margem/caixa, Q&A para investidores e treinamento de porta-vozes (CFO, DRI, Chair do Comitê). Viewpoint
Métricas-chave para conselhos e investidores acompanharem em 2026
Lead time de evidência ESG (cut-off → dossiê pronto).
% de métricas sob asseguração razoável vs. limitada (por materialidade). Viewpoint
Índice de fricção tributária (créditos a recuperar/receita; lead time de ressarcimento).
Eficácia de controles críticos (receita, estimativas, impairment).
Traço de auditoria de modelos (model registry com lineage e controles de mudança). Default
O que esperar do seu auditor em 2025/26
Planejamentos mais profundos em áreas de julgamento, pedidos de evidência para narrativas de continuidade, integração de testes entre financeiro e S1/S2 e uso crescente de tecnologia, com expectativas recíprocas de governança do lado do cliente. A maturidade na preparação encurta “tempos mortos”, reduz achados tardios e melhora a percepção de qualidade junto ao mercado. IAASB+1
Como a FLB Auditores captura valor neste cenário
A FLB trata auditoria como ativo estratégico para reduzir custo de capital, proteger margem e acelerar prazos. Entregamos (1) Roteiro 90 dias integrando ISSA 5000 + S1/S2 + CBS/IBS + IA/analytics; (2) Trilhas de evidência e governança de dados que passam no crivo de conselhos, bancos e investidores; (3) Playbooks tributários orientados a preço, margem e caixa na transição; e (4) Pauta do Comitê de Auditoria com métricas e decisões objetivas, sem jargão.
FAQ, dúvidas que o Google e o Board costumam fazer
ISSA 5000 é obrigatória no Brasil?
A ISSA 5000 é um padrão internacional de asseguração; sua adoção local demanda processos regulatórios. O Brasil está “em andamento”, enquanto a efetividade global de referência mira períodos iniciados em 15/12/2026. Em paralelo, as empresas podem contratar asseguração voluntária alinhada à ISSA 5000. Viewpoint+1
Quando S1/S2 passam a valer no Brasil?
A rota definida pelos reguladores brasileiros permite aplicação voluntária em 2024–2025 e exige aplicação a partir de 1º/01/2026 para entidades de interesse público/reguladas, conforme escopo das resoluções CVM/CMN/BCB (CBPS 01/02). IFRS Foundation+1
O que o split payment muda para o caixa?
O mecanismo tende a automatizar a arrecadação na origem do pagamento, reduzindo inadimplência/fraude e mudando conciliações e prazos de ressarcimento de créditos. Requer integração ERP-fiscal e revisão de contratos para repasse/ajuste tributário. KPMG
As revisões de Fraude/Going Concern já valem no meu próximo balanço?
As ISA 240/570 revisadas têm efetividade para períodos iniciados em 15/12/2026. Antecipar políticas, trilhas de evidência e comunicação com o Comitê reduz risco de retrabalho. IAASB
Qual é o “mínimo viável” de IA na auditoria com segurança regulatória?
Governança de modelos (inventário, donos, riscos), documentação de inputs/outputs, explicabilidade, controles de mudança e política de dados. Sem isso, o ganho de produtividade não se traduz em qualidade auditável. Default
Se você lidera Finanças, Governança ou faz parte do Conselho, agende uma conversa executiva de 30 minutos com a FLB. Em um trimestre colocamos de pé um plano integrado (auditoria + ESG + tributos + IA) e em outro trimestre aceleramos a captura de valor, com clareza de prioridades, cronograma e indicadores.




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